Confira insights valiosos sobre possíveis soluções e estratégias para promover a sustentabilidade. Saiba mais agora!
A autora Melina Fernanda Silva Costa é uma pessoa e profissional comprometida com a defesa do meio ambiente. Assim, ela vem trazendo à tona importantes reflexões sobre o tema por meio de sua intitulada “Impactos Socioambientais em Zonas de Monitoramento das Margens do Rio São Francisco nos Municípios de Petrolina-PE e Juazeiro-BA“.
O livro da pesquisadora, embora tenha foco em determinadas regiões, não se limita a uma análise superficial, pelo contrário, mergulha profundamente na realidade vivenciada nas margens do Rio São Francisco, explorando os desafios enfrentados pelos habitantes de Petrolina-PE e Juazeiro-BA.
A autora, com maestria, tece uma narrativa que entrelaça aspectos sociais e ambientais, revelando as intrincadas interações entre o desenvolvimento humano e a preservação dos ecossistemas ribeirinhos.
Ao longo desta obra, Melina não apenas descreve os impactos, mas também oferece insights valiosos sobre possíveis soluções e estratégias para promover a sustentabilidade nessas regiões. Seu trabalho é um convite à reflexão e à ação, destacando a importância de abordagens holísticas para lidar com os desafios socioambientais.
Nesta matéria, é possível conhecer mais profundamente o enredo da obra, a motivação da autora para abordar essa temática específica e como sua obra contribui para ampliar o entendimento sobre os impactos socioambientais nas margens do Rio São Francisco. Prepare-se para uma viagem pelo conhecimento, guiada pela visão perspicaz de Melina Fernanda Silva Costa.
Confira agora a entrevista exclusiva de Melina Fernanda Silva Costa à Editora Dialética:
1 – Quais foram as principais motivações que te levaram a escrever sobre os Impactos Socioambientais em Zonas de Monitoramento das Margens do Rio São Francisco nos Municípios de Petrolina-PE e Juazeiro-BA?
R – Bom! Pra mim, primeiramente, falar sobre o rio São Francisco e estando atrelado às cidades de Petrolina Pernambuco e Juazeiro da Bahia sempre foi um sonho…digo isso por eu própria ser nativa desse lugar, ser Petrolinense e amar verdadeiramente essa cidade.
E é ‘engraçado’ porque esse livro leva a crer que se trata de eu estar mostrando o lado negativo das cidades em torno do rio por enfatizar os Impactos Socioambientais, porém, pra quem não sabe isso é absurdamente um mito, pois impactos não necessariamente precisam ser negativo, a não ser que seja mencionado e em nenhum momento isso aconteceu…o que leva a crer que se trata tanto das opções de impactos positivos quanto os de impactos negativos.
Dito isso, é bom reforçar que foi feito um estudo diante dessas duas importantes cidades do vale do São Francisco, ou seja, mostrando de fato a realidade e o comportamento dessas duas localidades no aspecto ambiental, social e econômico; e o intuito foi plenamente extrair os dados que caracterizam os respectivos ares em cada seção.
Portanto, minhas principais motivações consistiram no amor, dedicação e um sentimento de pertencimento desse lugar para poder meio que retribuir em ação concreta algo que venha a ser usado como reparação pública por parte tanto da sociedade física quanto do poder político.
E fiz isso, através da oportunidade e paixão de estudar sobre a temática ambiental e associar com os mesmos sentimentos a essas duas cidades irmãs que formam o polo são franciscano.
Sendo assim, a minha quinta série do ensino fundamental eu me apaixonei por essa área, através de uma professora de ciências que tive à época, fora que meu pai já era técnico agrícola, possuíamos um lote agrícola e morávamos na zona rural da cidade, então quer dizer, tive todo o acervo propício me encaminhando a esse caminho que só segui adiante até os dias de hoje.
Recentemente meu pai faleceu, e eu costumo pensar que eu assumi o posto dele em várias áreas que ele assumiu em vida…como uma espécie de semente deixada por ele na terra.
2 – Como você relaciona os achados da sua pesquisa com a realidade das comunidades ribeirinhas, e de que forma essas relações podem influenciar futuras políticas ou ações para a preservação do ambiente na região?
R – Caramba! Pra mim, mostra o que realmente acontece, pois se trata de um estudo científico e não de algo que falo de cunho pessoal. Então foi analisado com embasamento pontos amostrais de pesquisa para se obter a totalidade de veracidade do estudo pretendido.
Como falado anteriormente quando perguntado das minhas principais motivações, é de que seja usado como ponto de partida para sociedade física e poderes políticos rumarem para ações efetivas que beneficiem as pessoas e meio ambiente de forma a se ter uma vida em sustentabilidade com o ambiente, o social e a economia.
E isso pode ser, primeiramente, começando a ser pauta e começar a cumprir com as diversas Leis ambientais existentes que determinam a sua proteção, assim estará atuando fortemente o que rege a Constituição.
3 – Quais métodos de pesquisa foram empregados para analisar os impactos socioambientais nas margens do Rio São Francisco?
R – Primeiramente, procurou-se abordar tanto o aspecto da água do rio São Francisco no trecho estudado, quanto a margem e percepção das pessoas que usufruem e necessitam desse inigualável bem.
Sendo assim, o método utilizado, respectivamente, foi o da coleta da água visando a amostra da qualidade, em que se dividiu- se as áreas em Zonas de Monitoramento Ambiental (3 na margem esquerda e 3 na margem direita). A realização da coleta, conforme preconizado, foram obtidas empregando garrafas de polietileno (1000 ml) para as análises de natureza físico-química; recipiente de vidro (250 ml) para as análises microbiológicas e de metais a uma profundidade média de coleta de 0,15 cm; para isso, foi realizada uma pré-lavagem dos recipientes com água das zonas de coleta.
Para o método de análise nas margens do rio, utilizou-se um checklist dos principais impactos antrópicos evidenciados através da observação direta na área estudada. Por meio de fotografias, filmagens, imagens de satélites, elaboração de entrevistas estruturadas e utilização de modelos de matrizes de impacto ambiental fornecidos por Caanter et al. (1985) e Rohde (1988), além de uma quantificação dos resíduos sólidos depositados nas margens do rio São Francisco em cada uma das 10 áreas selecionadas em transectos com medidas de 20 m x 2 m, totalizando 40 m²; sendo três transectos por área (Z.M.A.) com o total de 120 m². Os transectos foram amostrados e posicionados no ponto médio e nas duas extremidades.
Por fim, foi analisado quanto a percepção das pessoas perante o foco ambiental, sendo utilizada a metodologia de Lakatos e Marconi (1992) denominada “documentação direta” e que faz uso da observação direta intensiva com participação individual na vida real. O objetivo, portanto, foi investigar a percepção da comunidade ribeirinha através de entrevistas.
4 – Quais são os principais desafios enfrentados pelas comunidades locais em relação aos impactos socioambientais identificados pela sua pesquisa?
R – Bom! Em relação ao primeiro capítulo onde consta sobre as matrizes de impactos antrópicos são: alteração da beleza cênica, densidades demográficas, processos erosivos, assoreamento, construção civil, especulação imobiliária e plantas invasoras.
Em relação aos impactos com as formas de uso do espaço das margens do rio São Francisco são: uso do espaço para fins comerciais (restaurante, travessia), uso do espaço para navegação e uso para fins turísticos. As condições em infraestrutura são: concentrações de atividades comerciais, vias de acesso, distribuição de água e sistema de comunicação. Em se tratando dos resíduos sólidos encontrados nas margens do rio são: plásticos, diversos tipos de embalagens e isopor.
No segundo capítulo que trata da percepção dos atores sociais os principais desafios são: a escolaridade que na sua maioria foi fundamental incompleto e médio completo, a renda familiar estando entre 2 a 3 salários-mínimos, a utilização da água bruta e o lançamento do esgoto sanitário em fossas.
Para o terceiro e último estudo analisado em que se tratou das características físico-químicas e microbiológicas são: Fósforo Total, D.B.O., Nitrogênio Amoniacal, Coliformes Termotolerantes, Escherichia Coli, Chumbo, Ferro; e Óleos e Graxas Totais.
5 Qual é a importância prática e teórica dos resultados encontrados na sua pesquisa para o entendimento dos impactos socioambientais em zonas de monitoramento nas margens do Rio São Francisco?
R – É importante para se conhecer os danos causados ao rio São Francisco e a comunidade em torno; e exigir da sociedade civil e dos poderes constituídos uma postura que vislumbre políticas públicas conservacionistas.
Além dos resultados servirem para fomentar projetos tecnológicos a favor da reparação ou minimização dos impactos negativos encontrados na pesquisa.
6 – O seu livro é acessível para leitores com diferentes níveis de conhecimento sobre o assunto?
R – Com certeza! Muito boa a pergunta pra eu poder reafirmar sobre o público do meu livro.
Embora seja uma pesquisa de cunho científico, este livro é facilmente entendido para quaisquer leitores de níveis de conhecimento, pois além de se abordar temas do cotidiano, a linguagem é muito compreensível e ainda mais que é somado por quadros, gráficos e figuras que além de serem auto explicativos, após a inserção de cada um deles, traz-se parágrafos em que se leem o exposto.
7 – Em termos de publicação do livro e questões editoriais, como foi a experiência de publicar sua pesquisa como livro? R – Excelente. A Editora Dialética foi super paciente comigo.
Publique sua pesquisa como livro você também.